quinta-feira, 15 de março de 2018

Não seja um dos porquês


Finalmente terminei os 13 episódios e a única coisa que posso falar é que SIM, essa é sim uma série inovadora, de tirar o fôlego e que finalmente abordou assuntos de forma explícita até então evitados ou deixados de lado por serem desagradáveis e, até certo ponto, perigosos. 

Apesar de suicídio ser a premissa da série, esse não é o foco. O foco são as razões que levaram Hannah a cometer suicídio. 
O que levaria uma garota bonita, divertida e confiante a tirar a própria vida? 
Não foram 13 razões que levaram Hannah a se suicidar, foi uma mistura de motivos, aparentemente, pequenos que vão se transformando em motivos grandes que se fundem no decorrer da trama. No começo, Hannah até ignora e consegue lidar com tais motivos, até que a mistura de todos eles ficam maior do que ela pode suportar e a garota bonita, divertida e confiante se transforma em uma garota triste, solitária e depressiva. Hannah, mesmo em silêncio, pedia ajuda, pedia compreensão, pedia um abraço. E lidar com tudo que ela passou sozinha, imagino eu, seja demais para uma garota de 17 anos suportar. Numa hora ou outra, tudo que ela estava guardando dentro de si iria explodir. 
O que devemos aprender com isso? Primeiro, as coisas pequenas importam SIM. Você nunca sabe como alguém vai reagir a tal brincadeira ou comentário "inocente". E a pessoa tem todo o direito de não gostar e se magoar. Segundo, depressão não é drama. Ninguém se machuca para chamar atenção, mas para que alguém preste atenção e estenda a mão para ajudar. Terceiro, você não tem a obrigação de gostar de alguém, mas tem a obrigação de respeitar. E, com certeza, não tem o direito de julgar alguém por não entender e discordar da pessoa. Cada um é cada um. Cada um sente, lida e expõem de formas diferentes. Não existe um padrão, nem um certo ou um errado. 
Não quero dizer que Hannah estava certa, porque ela não estava. Suicídio nunca será solução, nem mesmo deveria passar pela cabeça de alguém cometer tal ato. Mas Hannah tinha suas razões e, mesmo que você considere alguma delas irrelevantes e fúteis, ela sentia a dor que cada um dos 13 porquês causava nela. 
Talvez você se identifique com as razões da Hannah, talvez as razões dela não se pareçam em nada com as suas, talvez você não entenda ou talvez entenda melhor do que qualquer um. 
A questão aqui é: treine a sua compaixão, a sua solidariedade, o seu altruísmo. Comece pela Hannah, uma personagem fictícia. Não a julgue, não a descrimine, não a condene, não faça pouco dela. E, quem sabe, um dia você salve uma Hannah na vida real ou salve a Hannah dentro de você. 
Pais, prestem mais atenção em seus filhos. Educadores, prestem mais atenção em seus alunos. E pessoas em geral, não deem ouvidos, não inventem, não repassem fofoca. Não sejam preconceituosos, machistas e abusivos. Não abracem o que é diferente como algo ruim por não ser igual a você. 
Você não tem obrigação de entender ou gostar, mas tem obrigação de respeitar.
NÃO SEJA UM DOS PORQUÊS!

Por Ridrya Carolin

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